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domingo, 25 de junho de 2023

O monstro das palavras e dos rabiscos

 

No corpo ensanguentado da solidão

Poiso a minha espada

E enquanto invento um cigarro de nada

Penso

Penso como eu seria feliz sem palavras…

Como eu era feliz se não tivesse traços para semear

Numa tela

Ou numa simples folha em papel.

 

Como são felizes os pássaros…

Sem as palavras,

Sem os rabiscos que apenas a noite adora

E aprecia,

 

Neste corpo

Onde esta velha espada se crava

A cada silêncio

A cada amadrugada…

Acorda um monstro…

Que grita

Que se eleva quando acorda a manhã…

E só regressa quando não existe mais nada.

 

 

 

25/06/2023

domingo, 30 de outubro de 2022

Monstro

 

Este monstro que sou

Que cresceu dentro do meu peito

Este monstro que fui

E voa como voam os sonhos

E morre como morrem todos os sonhos

 

Este monstro que sou

E semeia as palavras nas tuas mãos

Que desenha monstros no teu olhar

Este monstro

Que sou e fui

 

E serei

Enquanto o mar se despe e envenena a noite

Este monstro

O meu monstro

Que fui que serei que monstro será eternamente enquanto houver luz

 

 

 

Alijó, 30/10/2022

(palavras e quadro de Francisco Luís Fontinha)

sexta-feira, 27 de fevereiro de 2015

Os outros, o monstro das quatro cabeças brincando dentro de mim, saltava à corda, subia aos pinheiros pintados em papel cenário..., e havia sempre um pigmentado sorriso nos seus lábios, era Sexta-feira, daquelas Sextas-feiras que iluminam as imagens a preto e branco, o sono, a agonia de olhar o mar desenhado numa das paredes do quarto, escuro, ainda boiava a noite nas veias da adrenalina constelação do amor, aquele amor inventado apenas para adormecer na poesia, nada mais do que isso...
Isso o quê, meu amor!
Os outros, o monstro
Batem à porta,
Livros, livros nas mãos cardume do carteiro, assine aqui se faz favor, assinei, foi-se embora, escondido no arvoredo comecei a acariciar o envelope, lá dentro percebia-se que alguém existia para me abraçar, daqueles abraços trigonométricos, sabes?
Sei, os outros, o monstro, a perfeita nostalgia ,sebes de papel laminado voando sobre o jardim
O gajo passou-se, dizem...
Que sim, livros, Isso o quê, meu amor! Batem à porta, e falou comigo.



(ficção)
Francisco Luís Fontinha – Alijó
Sexta-feira, 27 de Fevereiro de 2015