No corpo ensanguentado da
solidão
Poiso a minha espada
E enquanto invento um
cigarro de nada
Penso
Penso como eu seria feliz
sem palavras…
Como eu era feliz se não
tivesse traços para semear
Numa tela
Ou numa simples folha em
papel.
Como são felizes os
pássaros…
Sem as palavras,
Sem os rabiscos que
apenas a noite adora
E aprecia,
Neste corpo
Onde esta velha espada se
crava
A cada silêncio
A cada amadrugada…
Acorda um monstro…
Que grita
Que se eleva quando
acorda a manhã…
E só regressa quando não
existe mais nada.
25/06/2023