Os
outros, o monstro das quatro cabeças brincando dentro de mim,
saltava à corda, subia aos pinheiros pintados em papel cenário...,
e havia sempre um pigmentado sorriso nos seus lábios, era
Sexta-feira, daquelas Sextas-feiras que iluminam as imagens a preto e
branco, o sono, a agonia de olhar o mar desenhado numa das paredes do
quarto, escuro, ainda boiava a noite nas veias da adrenalina
constelação do amor, aquele amor inventado apenas para adormecer na
poesia, nada mais do que isso...
Isso
o quê, meu amor!
Os
outros, o monstro
Batem
à porta,
Livros,
livros nas mãos cardume do carteiro, assine aqui se faz favor,
assinei, foi-se embora, escondido no arvoredo comecei a acariciar o
envelope, lá dentro percebia-se que alguém existia para me abraçar,
daqueles abraços trigonométricos, sabes?
Sei,
os outros, o monstro, a perfeita nostalgia ,sebes de papel laminado
voando sobre o jardim
O
gajo passou-se, dizem...
Que
sim, livros, Isso o quê, meu amor! Batem à porta, e falou comigo.
(ficção)
Francisco
Luís Fontinha – Alijó
Sexta-feira,
27 de Fevereiro de 2015
Sem comentários:
Enviar um comentário