A arte em desespero
que cresce no meu
peito de vidro
há nas minhas
palavras sorrisos de vento
e...
e segredos de nada
a arte em desespero
que esta terra alimenta
o sofrimento da alma
quando o livro se esquece de acordar
e cresce
no meu peito de
vidro
a insónia do mar
e a tempestade de
viver...
inventando espelhos
inanimados
que só o corpo
consegue fazer
a arte em desespero
na cidade dos
enlatados lábios
o amor quando
aparece...
e sem o perceber
em desespero
as minhas mãos
evaporam-se na neblina assassina
não o quero
prefiro o invisível
sapateado das amendoeiras em flor
a arte
em desespero...
a arte em
desassossego
que o desespero
pinta no olhar do pintor...
Francisco Luís
Fontinha – Alijó
Sábado, 29 de
Novembro de 2014