Marinheiro
cansado das palavras
sem título
que se acomoda com
as tempestades
marinheiro...
invisível
come saudades
e... e alguns versos
não dorme
não consegue sonhar
e não acredita no
futuro...
marinheiro infernal
que veste um
esqueleto de algas
e cobre o cabelo com
o jornal
marinheiro
ensanguentado
que finge olhar as
estrelas
e o luar
marinheiro
cansado das
palavras...
dos barcos de papel
e dos Oceanos de
prata
marinheiro
embalsamado que se esconde na praia
imagina corpos
enlatados
e pássaros em
silêncio...
ouve os sons
melódicos da noite
como se a noite
fosse música
ou... ou um poema em
ascensão
ou... ou um poema
com odor a morte
marinheiro
marinheiro das
palavras
marinheiro sem sorte
e ele não sabe que
junto ao Tejo
habitam as lágrimas
do espelho da solidão...
Francisco Luís
Fontinha – Alijó
Terça-feira, 25 de
Novembro de 2014
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