Mostrar mensagens com a etiqueta mecânica. Mostrar todas as mensagens
Mostrar mensagens com a etiqueta mecânica. Mostrar todas as mensagens

sábado, 21 de janeiro de 2023

Órgãos de máquinas

 Correias,

Correntes,

Volantes

E chumaceiras,

 

Madrugadas,

Parafusos de pressão,

Engrenagens de teu corpo,

Amor,

Veios de transmissão,

Fadiga,

Tensão e noites sem dormir,

 

As rodas dentadas sem estrelas,

Cem estrelas…

O luar a sorrir,

 

A mecânica dos corpos,

Os corpos poisados sobre o sémen quadriculado,

Deste caderno sem nome,

Neste caderno apaixonado,

 

Correias e correntes,

Rodas dentadas,

Sonhos e palavras,

Palavras…

Palavras sem nada.

 

 

 

Alijó, 21/01/2023

Francisco Luís Fontinha

quarta-feira, 26 de novembro de 2014

Desenhos embriagados


A mecânica do esqueleto de pedra
em movimento uniformemente acelerado,
no abismo das amendoeiras enlouquecidas
adormece um sorriso cansado,
triste,
porque habitam nos lábios de uma gaivota os desenhos embriagados,
a mecânica...
do sexo quando emerge das sílabas tontas o orgasmo da palavra,
deita-se na fina folha de papel não escrita,
branca como o silêncio... como o silêncio da mecânica...
que grita,
e chora nas encostas perdidas,
na montanha do Adeus,
brincam as crianças das planícies nocturnas do infinito,
descobrem o beijo num qualquer espelho sem nome,
e a cidade entra em ebulição quando uma janela se alimenta do cortinado colorido,
a mecânica... não sabe o que é o amor,
a física quântica alicerça-se ao esqueleto de pedra,
e as mandíbulas ínfimas de espuma...
correm nas veias do poeta,
tenho no meu quarto um veleiro ensonado,
sem bandeira,
sem... sem Nacionalidade,
como a saudade...
sempre desalinhada com os carris invisíveis da paixão.




Francisco Luís Fontinha – Alijó
Quarta-feira, 26 de Novembro de 2014