O corpo é de espuma
verde,
cintilam nela as
cerejas de papel,
o corpo incendeia-se
quando cresce a noite nas mãos do desejo,
e ouve-se o beijo,
deambulando nas
orgias marés de Inverno,
o corpo em chamas, o
corpo Inferno,
como lábios de
mel...
a cidade
desamarra-se do cais da liberdade,
O corpo é de espuma
verde,
erva daninha nas
encostas da montanha sem amanhecer,
o corpo brinca na
lareira inventada dos olhos em verniz envelhecer,
o corpo ginga como
uma moeda a morrer,
sei que vês os
Oceanos marginais que a cidade embarca,
o corpo diminui, o
corpo procura a sílaba tonta com perfume de naftalina, e há uma
arca,
e há uma sombra,
apenas com uma palavra e que não quero escrever...
o corpo é uma bala
com nome de cidade,
A cidade a arder.
Francisco Luís
Fontinha – Alijó
Domingo, 11 de Maio
de 2014