Há uma cidade
infinita onde habita o amor proibido,
há uma mulher
vestida de cidade, com edifícios de cartão, com janelas e portas de
entrada,
há uma rua que fica
nos seios dessa mulher,
há uma varanda,
dela... o mar todos
os dias avança,
corre como uma
criança,
há uma
cidade-mulher e proibida...
sem saber que é
amada,
Há uma gaivota nos
cabelos da mulher proibida,
e voa sobre a espuma
fictícia das ondas em flor,
há uma cidade,
uma mulher...
e um amor,
todos... proibidos,
Há uma mão que
pertence à cidade-mulher e não se cansa de acariciar o sorriso da
Lua,
finge vertigens e
enjoos,
transforma-se em
miudinha chuva,
cai nos telhados de
zinco,
ouvem-se sons
melódicos e palavras poéticas,
há um homem sem
cabeça que caiu em desgraça...
não come, não
dorme e não sonha,
e acredita que a
cidade-mulher um dia vai morrer nos lençóis do pergaminho linho,
Há uma madrugada,
tão triste... Meus
Deus!
Sem estrelas,
árvores ou... ou outras cidades-mulher,
há um rio encurvado
no púbis da vergonha de amar... amar o que nunca poderá ser amado,
proibido,
como os cigarros que
fumo às escondidas.
Francisco Luís
Fontinha – Alijó
Sexta-feira, 9 de
Maio de 2014
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