O dia esconde-se
entre os teus dedos e a sombra do veleiro com asas de papel,
do silêncio vento
acordam as mangueiras de um quintal em pedaços de saudade,
e há corpos
farrapos numa tela pastel,
Os teus lábios são
cerejas voando sobre um Oceano de neblina,
parecem o rio quando
se cansa de acordar,
os teus lábios são
gritos de liberdade,
os teus lábios são
os sonhos de uma menina,
O dia esconde-se nos
teus dedos e há candeeiros de xisto saltitando na calçada,
sei que há palavras
envergonhadas nos meus cabelos frangalhos, tristes... e velhos
calendários,
o dia termina, o dia
deixa de ser dia e procura a madrugada,
Há no teu olhar uma
mágica fechadura com janelas de cortinado envelhecer,
uma mão poisa no
teu rosto varanda onde sentado um menino,
brinca com bonecas
de porcelana,
brinca... brinca com
o término do dia, brinca... brinca com a imaginária cama,
e eu, eu espero que
acordem os teus braços com pulseiras de amanhecer,
e tudo acaba com o
toque do sino,
A aldeia cresce na
montanha,
e tu desapareces
como nuvens de encanto tapando o Sol poesia,
o dia,
o dia já ninguém o
apanha...
Francisco Luís
Fontinha – Alijó
Sábado, 10 de Maio
de 2014
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