A morte inventada
pela dimensão do infinito,
a equação do
desespero cansa-se dos meus braços,
alicerça-se na
geada cinzenta dos hospícios sem janelas,
a morte cintila no
tecto da solidão...
e o rio me come,
e o rio me leva... e
não voltarei aos fios de nylon da cidade,
o livro de ti, arde,
e das lâmpadas do
abismo... filamentos de sangue em construção,
o navio solitário
escreve-se e silencia-se na montanha de uma fotografia,
há no teu olhar a
neblina do pastor sem solução,
há nos teus lábios
os secretos sonhos do perdão...
e não conseguirei
alcançar as tuas pálpebras de anelar sombra com odor a cansaço...
morrerei como um
pássaro,
a morte não sabe...
que os suspiros da
hipnose madeira fantasma... flutua nas plumas de uma bailarina,
partirei,
partirei como um
veleiro sem velas,
disfarçado de
homem...
com uma gaivota no
meu coração.
Francisco Luís
Fontinha – Alijó
Sábado, 18 de
Outubro de 2014