Loucas uvas que o desejo teu corpo absorve
como a esponja do amanhecer que engole os pedacinhos de sol
que a noite
aos poucos
vai vomitando contra as janelas do prazer
cintilam em ti
(dentro de vossemecê menina desejada pelas árvores dos jardins da Babilónia
onde crescem os poemas de Outono)
cintilam em ti os gladíolos teus olhos sobre os lençóis de linho que uma abelha teceu
entre os voos circunflexos imaginados na voz rouca de um louco
que te excita antes de adormeceres
cintilam
cintilam as loucas uvas que o desejo constrói nas tuas coxas suspiros e uivos de Primavera
loucas
as paixões que a fermentação do amor
desenha no teu púbis os silêncios da maré
loucas uvas
como a esponja do amor
que o desejo teu corpo
a noite
na noite
escreve os longínquos orgasmos de papel acetinado...
(poema não revisto)
terça-feira, 18 de setembro de 2012
segunda-feira, 17 de setembro de 2012
Os cigarros de prata
Uma cortina de silêncio
aprisiona-me às mandíbulas das mãos do inferno
disfarçadas
vestidas de rosas de amor
e neblinas matinais com chapéus de solidão
tenho vergonha das clareiras cristalinas que abraçam os rochedos do mar
e se amanhã fosse sábado...
um petroleiro de saudade abraçava-se ao meu esqueleto liberto de fumos e memórias da infância
de uma velhíssima fotografia eu via os vapores de iodo que comem a madrugada
via as árvores da noite enfeitadas com palavras parvas
e as saliências do meu infestado rosto
como as ervas daninhas das terras do avô Domingos
invisível (o avô Domingos)
inventando cigarros de prata
a poesia recorda-me os pedacinhos de amor em simples migalhas de desejo
e eu
e eu começo a odiar a poesia
e o perfume das rosas
e o desejo
e a saudade
e todas as manhãs
depois de todas as noites.
(poema não revisto)
aprisiona-me às mandíbulas das mãos do inferno
disfarçadas
vestidas de rosas de amor
e neblinas matinais com chapéus de solidão
tenho vergonha das clareiras cristalinas que abraçam os rochedos do mar
e se amanhã fosse sábado...
um petroleiro de saudade abraçava-se ao meu esqueleto liberto de fumos e memórias da infância
de uma velhíssima fotografia eu via os vapores de iodo que comem a madrugada
via as árvores da noite enfeitadas com palavras parvas
e as saliências do meu infestado rosto
como as ervas daninhas das terras do avô Domingos
invisível (o avô Domingos)
inventando cigarros de prata
a poesia recorda-me os pedacinhos de amor em simples migalhas de desejo
e eu
e eu começo a odiar a poesia
e o perfume das rosas
e o desejo
e a saudade
e todas as manhãs
depois de todas as noites.
(poema não revisto)
domingo, 16 de setembro de 2012
Na insónia do amor
O homem com suspensórios
suspenso na insónia do amor
finge fumar cigarros na escuridão da noite
junto a uma flor
perdida
mente
apaixonada entre linhas e veredas
e espera paciente
mente
o amor em forma de pôr-do-sol
o homem escreve palavras na areia invisível da praia...
mas o mar leva-as até ao infinito amanhecer do silêncio
quando existe o silêncio
penhorado pelas mãos do homem com suspensórios
suspenso na insónia do amor
quando existe o amor sem amor
como as palavras sem palavras
invisíveis
imaginadas
nas arcadas da maré horizontal
mente
escondidas no fim da tarde
na urbe os fantasmas da tua morte
o homem transforma-se em outono
desce até ao rio
senta-se sobre um pequeníssimo orgasmo de xisto...
e paciente
mente
vem até ele o amor das clareiras adormecidas
o verdadeiro amor.
(poema não revisto)
suspenso na insónia do amor
finge fumar cigarros na escuridão da noite
junto a uma flor
perdida
mente
apaixonada entre linhas e veredas
e espera paciente
mente
o amor em forma de pôr-do-sol
o homem escreve palavras na areia invisível da praia...
mas o mar leva-as até ao infinito amanhecer do silêncio
quando existe o silêncio
penhorado pelas mãos do homem com suspensórios
suspenso na insónia do amor
quando existe o amor sem amor
como as palavras sem palavras
invisíveis
imaginadas
nas arcadas da maré horizontal
mente
escondidas no fim da tarde
na urbe os fantasmas da tua morte
o homem transforma-se em outono
desce até ao rio
senta-se sobre um pequeníssimo orgasmo de xisto...
e paciente
mente
vem até ele o amor das clareiras adormecidas
o verdadeiro amor.
(poema não revisto)
sábado, 15 de setembro de 2012
amor cinzento
este amor cinzento
afogado na garganta do deserto
este amor
doente
sem vento
que corre magoado dentro dos cortinados da noite
insensato homem de xisto com um coração de vulcão
este amor fino e doente e cinzento
como uma tempestade de granizo
e um ferro de insónia na mão
à procura de um olhar aberto
no ventre doente dos cortinados da noite
há ovos sem juízo
recheados com chocolate e pedaços de mel
este amor
ausente
lentamente
mergulhado em dor
e finíssimos beijos de papel
em suor amor flor...
estes lábios filhos do amor cinzento
este mar ausente
no lamento
das noites mergulhadas no sono do desejo
fio de beijo
na janela sem vidros para a felicidade
(levantava-me silenciosamente
e via os barcos de algibeira em algibeira
de boca em boca
de mesa em mesa
as garrafas da vodka suspensas no tecto que o púbis da dor engolia
os ciúmes
os fósforos silenciosamente
comprometidos com os alpendres do amor cinzento)
e eu era feliz...
hoje
meia dúzia de palavras burburinham nos restos da maré
e nos meus olhos os óculos escuros da morte
perdidos na planície do amor cinzento
e eu era feliz.
(poema não revisto)
afogado na garganta do deserto
este amor
doente
sem vento
que corre magoado dentro dos cortinados da noite
insensato homem de xisto com um coração de vulcão
este amor fino e doente e cinzento
como uma tempestade de granizo
e um ferro de insónia na mão
à procura de um olhar aberto
no ventre doente dos cortinados da noite
há ovos sem juízo
recheados com chocolate e pedaços de mel
este amor
ausente
lentamente
mergulhado em dor
e finíssimos beijos de papel
em suor amor flor...
estes lábios filhos do amor cinzento
este mar ausente
no lamento
das noites mergulhadas no sono do desejo
fio de beijo
na janela sem vidros para a felicidade
(levantava-me silenciosamente
e via os barcos de algibeira em algibeira
de boca em boca
de mesa em mesa
as garrafas da vodka suspensas no tecto que o púbis da dor engolia
os ciúmes
os fósforos silenciosamente
comprometidos com os alpendres do amor cinzento)
e eu era feliz...
hoje
meia dúzia de palavras burburinham nos restos da maré
e nos meus olhos os óculos escuros da morte
perdidos na planície do amor cinzento
e eu era feliz.
(poema não revisto)
sexta-feira, 14 de setembro de 2012
As montanhas do mendigo viver
Há uma pedra cansada
em cada mão do moribundo amanhecer
há pedaços de aço inoxidável
prontos a derreter
há um ramo de rosas sem amor saudável
há uma manhã em delírio
e dos teus olhos margaridas e um misero gladíolo
perdido nos ponteiros do teu relógio de pulso
há arroz avulso
e cigarros feitos por medida
há caixões em promoção
e há a minha noite
uma noite estupidamente entupida
dentro das árvores do azar
e nos lábios do desprazer
a lua comida pela neblina
há o mar
o mar misturado com o ouro roubado nas ruelas da cidade
o ouro infestado de saudade
que engole o coração
o meu coração
há um coração no meu peito sem dono sem palavras das bocas
loucas
todas as montanhas do mendigo viver.
(poema não revisto)
em cada mão do moribundo amanhecer
há pedaços de aço inoxidável
prontos a derreter
há um ramo de rosas sem amor saudável
há uma manhã em delírio
e dos teus olhos margaridas e um misero gladíolo
perdido nos ponteiros do teu relógio de pulso
há arroz avulso
e cigarros feitos por medida
há caixões em promoção
e há a minha noite
uma noite estupidamente entupida
dentro das árvores do azar
e nos lábios do desprazer
a lua comida pela neblina
há o mar
o mar misturado com o ouro roubado nas ruelas da cidade
o ouro infestado de saudade
que engole o coração
o meu coração
há um coração no meu peito sem dono sem palavras das bocas
loucas
todas as montanhas do mendigo viver.
(poema não revisto)
Os beijos da solidão
Não sabem a nada
são secos
murchos
e dormem no vácuo da noite,
Não sabem a nada
os beijos da solidão
nos lábios da madrugada.
são secos
murchos
e dormem no vácuo da noite,
Não sabem a nada
os beijos da solidão
nos lábios da madrugada.
quinta-feira, 13 de setembro de 2012
À espera que acordem as palavras da tua mão
Tristemente desiludido
com as palavras da tua mão
perdido
eu
sem coração
tristemente suspenso no céu
abraçado à dor em sofrimento
amor
levado pelo vento
as viagens até aos teus sonhos
perco-me quando os meus pés poisam na solidão de um barco
enferrujado
não amado moribundo contribuinte sem nome morada namorada flores no meu jardim
cansado
torturado
na imensidão do espaço opaco das abelhas
da lua as clarabóias do destino inexistente
tristemente
eu
perdido nas planícies da insónia
não sente
ela
os fluidos derramados nas praias invisíveis sem memória
sem coração
levado pelo vento
eu
à espera que acordem as palavras da tua mão.
(poema não revisto)
com as palavras da tua mão
perdido
eu
sem coração
tristemente suspenso no céu
abraçado à dor em sofrimento
amor
levado pelo vento
as viagens até aos teus sonhos
perco-me quando os meus pés poisam na solidão de um barco
enferrujado
não amado moribundo contribuinte sem nome morada namorada flores no meu jardim
cansado
torturado
na imensidão do espaço opaco das abelhas
da lua as clarabóias do destino inexistente
tristemente
eu
perdido nas planícies da insónia
não sente
ela
os fluidos derramados nas praias invisíveis sem memória
sem coração
levado pelo vento
eu
à espera que acordem as palavras da tua mão.
(poema não revisto)
quarta-feira, 12 de setembro de 2012
Dos olhos da lua O quê?
Tens a palavra amor escrita nos olhos da lua
(e hoje não vou escrever porque certamente não irás ler)
não me importo com os voos das gaivotas
dentro das tardes na esplanada junto ao rio das lamentações
os homens enlouqueceram com a saudade das areias finas de Dezembro
quando as nuvens vestiam as luzes de néon que a cidade engole
e alimentam as canções de um bar de “putas”
ou travestis trapalhões dançando sobre as mesas da manhã
Cais do Sodré esconde-se nos sexos murchos que das palavras
atormentam as raízes das árvores
e as asas dos pássaros
dos olhos da lua
O quê?
Luzes que fingem os carroceis da infância
o Baleizão depois do circo
a tenda do circo a voar sobre os telhados da Ajuda
O quê? Este rio que me come em pedacinhos como se eu fosse os resíduos do intestino
que infestavam as margens do Tejo
dos olhos da lua
O quê?
A palavra amor
quando eu me sentava no infinito
a reler as cartas de amor
que um mendigo deixou embrulhadas nas fanecas do jantar...
e eu percebia as lágrimas das noites de vodka penduradas nos carris para Belém.
(Poema não revisto)
(e hoje não vou escrever porque certamente não irás ler)
não me importo com os voos das gaivotas
dentro das tardes na esplanada junto ao rio das lamentações
os homens enlouqueceram com a saudade das areias finas de Dezembro
quando as nuvens vestiam as luzes de néon que a cidade engole
e alimentam as canções de um bar de “putas”
ou travestis trapalhões dançando sobre as mesas da manhã
Cais do Sodré esconde-se nos sexos murchos que das palavras
atormentam as raízes das árvores
e as asas dos pássaros
dos olhos da lua
O quê?
Luzes que fingem os carroceis da infância
o Baleizão depois do circo
a tenda do circo a voar sobre os telhados da Ajuda
O quê? Este rio que me come em pedacinhos como se eu fosse os resíduos do intestino
que infestavam as margens do Tejo
dos olhos da lua
O quê?
A palavra amor
quando eu me sentava no infinito
a reler as cartas de amor
que um mendigo deixou embrulhadas nas fanecas do jantar...
e eu percebia as lágrimas das noites de vodka penduradas nos carris para Belém.
(Poema não revisto)
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