terça-feira, 18 de setembro de 2012

Pequenas cintilações de um corpo em delírio

Loucas uvas que o desejo teu corpo absorve
como a esponja do amanhecer que engole os pedacinhos de sol
que a noite
aos poucos
vai vomitando contra as janelas do prazer

cintilam em ti
(dentro de vossemecê menina desejada pelas árvores dos jardins da Babilónia
onde crescem os poemas de Outono)
cintilam em ti os gladíolos teus olhos sobre os lençóis de linho que uma abelha teceu
entre os voos circunflexos imaginados na voz rouca de um louco
que te excita antes de adormeceres
cintilam
cintilam as loucas uvas que o desejo constrói nas tuas coxas suspiros e uivos de Primavera

loucas
as paixões que a fermentação do amor
desenha no teu púbis os silêncios da maré

loucas uvas
como a esponja do amor
que o desejo teu corpo
a noite
na noite
escreve os longínquos orgasmos de papel acetinado...

(poema não revisto)

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