domingo, 16 de setembro de 2012

Na insónia do amor

O homem com suspensórios
suspenso na insónia do amor
finge fumar cigarros na escuridão da noite
junto a uma flor
perdida
mente
apaixonada entre linhas e veredas
e espera paciente
mente
o amor em forma de pôr-do-sol
o homem escreve palavras na areia invisível da praia...
mas o mar leva-as até ao infinito amanhecer do silêncio

quando existe o silêncio
penhorado pelas mãos do homem com suspensórios
suspenso na insónia do amor

quando existe o amor sem amor
como as palavras sem palavras
invisíveis
imaginadas
nas arcadas da maré horizontal
mente
escondidas no fim da tarde
na urbe os fantasmas da tua morte

o homem transforma-se em outono
desce até ao rio
senta-se sobre um pequeníssimo orgasmo de xisto...
e paciente
mente
vem até ele o amor das clareiras adormecidas

o verdadeiro amor.

(poema não revisto)

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