Tudo
está perdido, o túnel da escuridão é absorvido pelo sofrimento dos ossos em pó,
há uma janela no teu olhar, um solstício fictício das madrugadas dos outros,
-
Os homens entre quanto paredes de nada, cinco fios de tristeza, e
Tudo,
Tudo
parece desabar sobre a minha sombra, sou aniquilado pelos beijos da madrugada,
não sofro, não sei sofrer ou chorar,
Tudo,
-
Os homens escondidos dentro do cubo da incerteza, a luz, e a beleza, os homens
acorrentados aos sonhos,
-
Tudo?
Não
o sei, tudo está perdido, os panfletos do sofrimento, ardem nos teus alegres
momentos na Baía de Luanda, ontem eramos felizes, e hoje
Os
homens, mergulhados nas arcadas da morte, vestidos de pigmeus assalariados, o
trabalho, o sonho
Tudo?
Perdeu-se,
Hoje,
Como
se perdem todas as gaivotas do Tejo, entre petroleiros e amores clandestinos,
ela ama-o…
Ele…
Ama-a
em segredo,
As
viagens, o medo, o medo de perder, e de ser perdido,
Ele…
Chora,
suspende-se nos lábios sem sorriso, sem cor, mortos e abstractos, sem
perceberem que dentro de um livro habita a prostituta da desilusão, a tristeza,
-
Tudo e todos?
Os
homens, os meus e os teus, quadriculados beijos entre equações de amor…
(ficção)
Francisco
Luís Fontinha – Alijó
Domingo,
17 de Maio de 2015