domingo, 17 de maio de 2015

Entre o silêncio e a dor…


Finjo que não pertenço à tua vida,

Esqueço,

E não o mereço,

Enquanto dormes saboreando as cinzas invisíveis da dor,

Esqueço,

E apareço,

Nas escadas ingrimes do sofrimento,

Não alimento a dor com o nascer da madrugada,

Que amanhã…

Que amanhã não sei se vai acordar,

Finjo,

Esqueço,

 

Estas tristes sílabas doentes

Fundeadas nos braços de um rio,

Sem nome,

Porque os meus rios não têm nome,

Não têm idade,

Sexo,

Ou…

Ou… ou religião,

A cor da pele não me interessa,

Esqueço

E não mereço,

Os teus lábios ressequidos pelo abismo dos rochedos de cartão,

 

E amanhã,

Se a madrugada acordar em ti,

Esqueço,

E desapareço,

Das noites infinitas do teu triste olhar…

Que só o mar consegue perceber,

 

E

 

E desenhar.

 

Francisco Luís Fontinha – Alijó

Domingo, 17 de Maio de 2015

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