Finjo
que não pertenço à tua vida,
Esqueço,
E
não o mereço,
Enquanto
dormes saboreando as cinzas invisíveis da dor,
Esqueço,
E
apareço,
Nas
escadas ingrimes do sofrimento,
Não
alimento a dor com o nascer da madrugada,
Que
amanhã…
Que
amanhã não sei se vai acordar,
Finjo,
Esqueço,
Estas
tristes sílabas doentes
Fundeadas
nos braços de um rio,
Sem
nome,
Porque
os meus rios não têm nome,
Não
têm idade,
Sexo,
Ou…
Ou…
ou religião,
A
cor da pele não me interessa,
Esqueço
E
não mereço,
Os
teus lábios ressequidos pelo abismo dos rochedos de cartão,
E
amanhã,
Se
a madrugada acordar em ti,
Esqueço,
E
desapareço,
Das
noites infinitas do teu triste olhar…
Que
só o mar consegue perceber,
E
E
desenhar.
Francisco
Luís Fontinha – Alijó
Domingo,
17 de Maio de 2015
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