Os
teus braços aqui ao lado,
Parecem
serpentes esfomeadas
Esperando
as palavras da noite,
Ambos
sabemos que as palavras não regressarão nunca,
Como
nós,
Impossível
regressarmos de onde partimos,
Complicada
Esta
vida de marinheiro sem embarcação,
Complicada
Esta
vida de transeunte sem cidade,
Ou
livro, ou cais…
Para
aportarmos,
Falta-nos
tudo
E
tudo temos,
As
crateras e os peixes,
O
silêncio e a madrugada,
Embriagados
destinos
Com
sabor a nada,
E
os teus braços
Mesmo
aqui ao lado,
Serenos,
Deitados…
Ouvindo
os apitos dos comboios encurvados no Douro,
O
rio
Sofre,
O
rio
Sente
Os
teus braços…
Nos
meus braços
Afogados.
Francisco
Luís Fontinha – Alijó
Terça-feira,
19 de Maio de 2015
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