Percorro
estes montes de ninguém,
Na
ausência do prometido poema,
Cansaço
da madrugada,
Quando
alguém me chama,
Me
grita,
E
me acena;
Triste
é esta calçada,
Onde
habito sem memória,
Sem
história.
Na
noite desgarrada,
Escrevo,
pinto, o teu retracto,
Passeio-me
pelo infinito amanhecer,
Sem
perceber,
Que
nas minhas palavras,
Vivem
os esqueletos malvados,
Sem
sono,
E,
alicerçados,
Às
palavras vãs,
No
bosque,
As
árvores, o silêncio da luz,
Que
me traz a saudade.
Pinto,
Sinto,
Que
todas as sílabas,
São
balas assassinas,
Munições
de esperança,
Quando
acorda a noite.
Sabes?
Amanhã
serão apenas sombras,
As
tuas palavras,
Que
alimentam a madrugada.
O
silêncio da luz,
Nas
mãos do poeta…
Perde-se,
Vive-se,
De
quê…?
Sempre
que amanhece,
Neste
corpo zangado,
Filho
e filha,
Passeando
por aí…
Passeando
ausente,
De
mim,
E,
de ti.
Francisco
Luís Fontinha – Alijó
25/01/2020