Esta
melancolia, aprisionada na tua mão, meu amor,
Esta
triste despedida,
Na
calçada sofrida,
Quando
o beijo esvoaça na fogueira prometida.
O
sangue frio do massacre, lá longe, na sanzala, os perdidos cabelos de
Primavera,
Quando
a fala,
Quando
o silêncio do teu sorriso,
Perde
o juízo,
Sonâmbulo
das cavernas, no limiar da pobreza,
A
bela,
A
bala na cabeça de um canhão,
E
tu, meu amor,
E
tu meu amor procurando a sombra do coração,
Desisto.
Insisto,
Desisto
da tua fotografia esbranquiçada,
Na
sala malvada,
Insisto
no pôr-do-sol ao final da tarde,
Saio
de casa,
Procuro-te
no arrozal,
E
finjo ser um poeta, e finjo ser a fogueira que arde…
Sobre
ti, meu amor, sobre ti.
O
miúdo com a fralda de fora,
Da
praia regressa o secreto amor,
Aqui
mora,
Habita
a mais bela flor,
Que
o meu quintal acolhe,
A
sede,
O
molhe,
As
rochas envenenadas pela madrugada,
Sofre,
descansa, abraço-te minha amada,
Que
toda a vida teve.
Eu
vi, quando acordei,
A
esplanada do amanhecer,
Sabes,
meu amor,
Chorei,
Cansei
da vida sem prazer,
Respirar,
E
morrer.
Francisco
Luís Fontinha
Alijó,
24 de Março de 2018