Abstenho-me
de sonhar.
Sinto
no corpo o cansaço das armas proibidas.
Abstenho-me
de sonhar,
Desenhar,
Escrever
no sonho a madrugada de amar.
Pintar.
Mar.
Abstenho-me
de sonhar.
O
poeta das noites perdidas.
O
astronauta das tardes prometidas,
Junto
à ribeira,
Lá
longe,
O
apito do comboio em suicídio…
Apetece-me
partir.
Fugir.
Escrever
no teu olhar
As
tardes passadas na eira.
Sem
fronteira,
Caminho
velozmente contra o vento,
Alguém,
alguém mente,
E
sofre,
As
dores do sofrimento.
Abstenho-me
de sonhar.
Escrever,
Desenhar.
Abstenho-me
de pintar,
Quando
uma gaivota poisa no teu silenciar….
E
pela madrugada,
Sem
o saberes, sem o quereres,
Uma
nuvem começa a chorar.
Francisco
Luís Fontinha – Alijó
27/10/2019