Acordava
do sono emagrecido,
O
homem da nuvem embriagada,
Cansado,
Perdido,
E,
reclamava,
E,
gritava,
A
palavra enfeitiçada.
E,
hoje, nas camufladas ruas da cidade esquecida,
Embrenhado
na poesia, a canção do adormecido,
O
homem, cansado, denegrido,
Escreve
sem ânimo,
Desiludido…
Dos
alicerces envergonhados.
Rezam
pela sua alma,
Coitado,
Sem
nome,
Degolado
pela tempestade,
O
homem, o mesmo homem, o cansado,
Pegas
nas palavras da reza em seu poder,
Desorganiza-se,
Veste-se
de negro,
Negro,
negrito, negrinho,
Como
o gato do vizinho,
Dançando
na eira das espigas adormecidas.
As
sombras do silêncio,
A
alvorada da sinfonia que jaz na ribeira,
O
rio, em delírio,
O
rio, desconectado da vida,
E,
corre,
E,
dorme,
Nas
almas do mar.
O
mar tudo engole, e, tudo mastiga,
Pessoas,
lixo, palavras, o vento…
Uma
laranja, sofre,
E,
vive,
E,
morre,
Dentro
da laranja adormecida.
Francisco
Luís Fontinha – Alijó
24/02/2020