Escrevo
saudade nas mandibulas nocturnas do silêncio.
Desenho
o silêncio nas pálpebras da saudade.
Escrevo-te
sabendo que não me vais ler mais.
Oiço
a tua voz sofrida nas vidraças de Luanda.
O
miúdo dos calções corria, sorria, com as tuas brincadeiras.
Levaste-me
a ver o mar.
Levaste-me
a ver os barcos.
Eu…
Sonhava
um dia ser um dos paquetes fundeados no cacimbo.
Fazias-me
papagaios em papel colorido.
Corríamos
com um cordel na mão;
Ele
subia, subia…
Perdendo-se
nas nuvens do fim de tarde.
E
hoje,
Tudo
é recordação.
Francisco
Luís Fontinha – Alijó
21/10/2019
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