São
falsas as palavras
que
escreves na minha boca,
da
inocência de um sorriso amargo
constrói-se
a cidade louca,
quando
no embargo…
o
meu corpo morre junto ao rio,
uma
gaivota em cio,
um
olhar fundido na neblina
subindo
montanha acima…
são
falsas todas as palavras,
as
esbeltas
e
as parvas,
tuas
palavras,
conjugadas
na escuridão do dia…
desces
a calçada,
encostas-te
ao silêncio da tristeza,
e
um barco sentia
o
tremor da madrugada…
o
tremor da beleza,
São
falsas as palavras
ditas
e não ditas,
escritas
e
não escritas…
Na
minha boca,
Tudo
em ti é falso
como
sentir da noite a construção do luar,
a
cidade dilacera-se em constantes equações de sono
que
o prazer alimenta,
envenena…
e
faz voar…
as
palavras locas
que
escreves na minha boca,
Sinto
nos esqueletos de xisto
as
migalhas prometidas
por
um falso homem…
às
vezes
desisto,
às
vezes preciso das nuvens aborrecidas,
São
falsas as palavras
que
escreves na minha boca,
e
eu sem saber que a loucura
é
uma parvoíce ensonada,
vive
desajeitada,
na
minha cama…
na
minha cama amada,
na
minha cama cansada…
Francisco
Luís Fontinha
terça-feira,
20 de Setembro de 2016