quarta-feira, 9 de julho de 2014

Pedra de sentar


Esta pedra de sentar,
o sonho quando se apaga e voa sem que ninguém o consiga alcançar,
esta poeira cristalina sem encontrar o mar,
este verso prisioneiro da maré, pontapeando a sombra do sono,
uma cama me grita, e eu, eu obedeço,
me deito, adormeço,
esta pedra de sentar,
alucinada como os botões de rosa de odor a madrugada,
este meu corpo acorrentado ao velho Cacilheiro,
correndo, andando, estropiando o Tejo envergonhado,
este meu olhar cerrado,
como nuvens de papel, como algodão doce na mão de uma criança...

Pedra de sentar,

Esta pedra de sentar,
disfarçada...
disfarçada de amar,

A morte alicerça-se-lhe e ele acredita na pedra de sentar,
vai à janela... sem se levantar,
das árvores que observa, há uma que lhe acena, e o cumprimenta,
come uma sopa, e... e ela, o alimenta,
ele acredita que no próximo amanhecer, uma gaivota o vai visitar,
então, ele, fica esperando na pedra de sentar,
como um rio, ou... ou como um mendigo saboreando a noite,
vai às putas, e esquece-se de regressar...

Esta pedra de sentar...
deprimente sobre a pele encaracolada da tempestade,
ele, ele não sabe que do outro lado do rio, há uma cidade,
ele, ele não sabe que do outro lado da cidade, há um esconderijo,
um jardim empedrado, e que na lapela usa um lenço colorido,
detesta todas as gravatas,
detesta todos os lençóis com o aroma a cansaço,
detesta um simples abraço,
esta pedra de sentar,
irrita-me, e até parece um esqueleto com pernas de chocolate,
com olhos de solidão...
esperando, esperando... esperando a alegria acordar.



Francisco Luís Fontinha – Alijó
Quarta-feira, 9 de Julho de 2014

terça-feira, 8 de julho de 2014

A clarabóia das lágrimas


Esta tenaz vagarosa mergulhada nas minhas palavras,
da lareira do silêncio, oiço as moléculas transparentes do amor,
sufocam-me, alimentam-se do meu cansaço,
o cansaço de escrever,
o cansaço das palavras,

A lanterna do teu olhar, cega-me, transforma os meus olhos em pedaços de papel,
e nele... escrevo as palavras que ninguém... que ninguém lê...

Não sou capaz de desistir,
partir para outros Oceanos, mais calmos, tranquilos... como os teus braços,
há sempre um espelho que transporta o meu rosto para o futuro...
envelheço, e sento-me num abandonado banco de jardim com uma concertina na mão,
e dela sinto em mim as recordações das tempestades voluptuosas...

Não há um fim, apenas o passar de uma parede negra... para uma outra, a curta distância...
uma parede castanha, alvenaria com cicatrizes comestíveis,
flores,
tenho as flores que sobejaram do jardim ardido na lareira do silêncio...
e deixei de ter o pavimento térreo que me acompanhava nas horas indolores do meu pulso,

A lanterna do teu olhar, cega-me, transforma os meus olhos em pedaços de papel,
e nele... escrevo as palavras que ninguém... que ninguém lê...

E ninguém quer...

Esta tenaz vestida de forca,
embrulhada numa túnica branca,
há uma porta dos fundo que me serve de escapatória...
um ponto de fuga, um simples ponto triste, um ponto tridimensional esquecido na solidão,
e ninguém quer...

Que... que a clarabóia das lágrimas ressuscite da montanha!


Francisco Luís Fontinha – Alijó
Terça-feira, 8 de Julho de 2014

segunda-feira, 7 de julho de 2014

O enclave da insónia


O teu beijo amorfo,
clandestino do enclave da insónia,
cai a noite sem perceberes que a noite é uma mulher invisível,
uma amante cobiçada por todos,
suspensa nos tentáculos das estrelas sem nome,
o teu beijo silencia-se e morre...
o teu beijo deixa de ser beijo,
e transforma-se em desejo,
inverso, transverso esforço que alicerça o teu corpo à ponte metálica...
balança e não cai,
e levita depois de acordar a madrugada,
como se de um pôr-do-sol em decomposição se tratasse...

O teu beijo amorfo... evapora-se,
morde os lábios de cetim, e... e vai à janela da solidão procurar pedacinhos de papel colorido,
imagina-me uma sombra com pequenos ramos que partem na ferocidade do vento,
vergo-me, troço-me até palmilhar a terra húmida depois da chuva do fim de tarde,
e fico estendido como uma pedra entre o sacrifício e a vontade de correr...
beija-me, penso-o enquanto aos poucos esforço-me para me levantar,

Agarro o teu beijo amorfo,
acaricio-o na palma da minha mão de caduca folha,
sinto-me desgovernado quando imagino o mar a entrar no meu corpo,
penso que vou morrer,
penso que serei o primeiro a partir... por motivos de um beijo amorfo...
sei que a morte é natural... normal,
mas... tudo por um beijo?
o cansaço invade-me,
a força motriz que alimenta os eléctrodos do meu coração... começa a esvaziar-se,
os eléctrodos apaixonam-se por mim,
e fico sem jeito,
fico... impávido enquanto o teu beijo amorfo desce a Calçada da Ajuda...


Francisco Luís Fontinha – Alijó
Segunda-feira, 7 de Julho de 2014

A tua voz não pode gritar!- por Francisco Luís Fontinha – Divulga Escritor

Poema de Francisco Luís Fontinha – Alijó

domingo, 6 de julho de 2014

Galáxia


Não escrevo
morro
despeço-me das palavras... com... com as palavras impossíveis
esmoreço
desapareço
evaporo-me no centro da galáxia mais distante do amor
me canso
e esqueço
não escrevo
e... e morro
vestido com o amor impossível
porque impossíveis são as palavras com que me despeço.


Francisco Luís Fontinha – Alijó
Domingo, 6 de Julho de 2014

Noite de geometria


Perdi o teu nome numa noite de geometria,
reinventei palavras para te desenhar na tela do silêncio,
escrevi no teu corpo quando a solidão zarpava janela adentro,
eu, eu sentava-me no cadeirão cinzento... e procurava-te nos livros que lia,
o teu nome..., o teu nome não aparecia,
e eu, eu mentia,
dizia que te chamavas de “amor”...
e...

e... e nunca conheci mulher alguma com esse nome,
e nunca conheci flor alguma que tivesse nas pétalas a cor do teu olhar,
abria a janela,
e gritava...
“amor”... “amor”...
e...
e... e ninguém se apelidava assim,
gritava, gritava... até que o luar me trouxe a insónia,

Cerrava a janela,
sentava-me no cadeirão cinzento,
abria um livro,
fechava-o... e o teu nome continuava desconhecido,
amargo,
tão amargo que dos meus lábios brotavam pedacinhos de cinza,
algumas pérolas de papel... e um ínfimo desejo despertava...
… e tu entravas, e tu entravas e eu não me recordava do teu nome...


Francisco Luís Fontinha – Alijó
Domingo, 6 de Julho de 2014

A Caixinha de Vidro


A caixinha envidraçada, suspensa na madrugada, sentia-se o silêncio no espelho da mágoa, havia entre nós o sentimento de que nunca mais regressávamos, partíamos..., e
Sentia-me escuro, desabafava com o meu pai, e ele, não tenhas medo, não, meu filho,
Dentro da caixinha trazíamos pedacinhos de saudade, poucos tarecos e amanheceres de nada, partíamos para o desconhecido, partíamos sem sabermos o que nos esperava, lá longe, ma Metrópole,
Pai? Sim filho, o que é... essa coisa de..., Metrópole, meu filho? Sim, sim pai, é a nossa terra, responde-me ele secamente, não percebi, pois sempre ouvi (com todas as letras) dizer que a minha terra era Angola, não...
Não essa Metrópole, não essa coisa de..., deixa lá pai, não faz mal, depois explicas-me, e cresci, e vivi, ou melhor, fui vivendo sem perceber o significado de Metrópole, esta angústia, este desassossego, sentia-me enforcado numa sombra de uma das mangueiras do meu quintal,
Sentia-me escuro, desabafava com o meu pai, e ele, não tenhas medo, não, meu filho, e eu perguntava-me por era tão grande aquele paquete de papel..., pai? Sim, filho, não tenhas medo, meu filho, não tenhas...
Não te sentes, desculpa?, proibido fumar ou foguear ou todas as coisas terminadas em AR, o café está amargo, poucas coisas sobrevivem às tuas mãos, os cigarros, as orelhas postiças dos animais de brincar, desculpa?, não te sentes, e hoje o café não DELTA, e hoje não, não te sentes, circula, corre, caminha, veste-te de vento e vai até às nuvens de fumo, faz-te homem meu rapaz, faz-te homem
- tantas vezes o ouvi, tantas vezes, e no entanto as perdizes livres como as árvores nas planícies junto ao mar, proibido, proibido morrer, e o beijos, hoje, amargos, não DELTA,
faz-te de homem porque lá fora, da rua, os animais perdidos na cidade inventada pelos silêncios heterossexuais das navalhas de prata, coisas pouco belas, algumas até, horríveis como as luzes dos carrinhos de choque que todos os anos estacionam junto ao lago da miséria, os pássaros perderam as asas e as abelhas hoje são doutoras, os barcos enferrujados e que passavam as terdes no cais da desgraça, hoje
- hoje não DELTA, o café amargo, cintilações de silicone suspensas nas difíceis noites sem dormir,
desculpa?, proibido fumar ou foguear, ouvia-o, tantas vezes, algumas vezes, coisas, loiças de porcelana, pulseiras de marfim, dentes de carneiro, e cornos sem fim, palavras, difíceis de engolir, quando a fome entra nos orifícios cinzentos das marés de Setembro, o barco gigantesco faz-se à vida, aproxima-se em pequeníssimas apalpadelas, e aqui, e ali, debaixo de uma ponte de ferro, a criança descobre o amor quando vê dois corações de vidro loucamente entrelaçados como se fossem dois fios de arame, os calções desciam, desciam, desciam pelas escadas transversais da colmeia, e são doirados, lindos, os olhos de Lisboa à noite, ouvia-o
- hoje,
e deixamos de o ouvir quando o barco se amarrou aos cais e as abelhas cor de mel desceram silenciosamente até perderem numa pensão de meia-tigela esquecida numa ruela sem janelas, árvores, gaivotas, velas, esquecida numa ruela sem jornais, cortinados, velhas e velhos de chocolate com mãos de açúcar, e hoje
- hoje não DELTA, o café amargo, cintilações de silicone suspensas nas difíceis noites sem dormir, e hoje os barcos enferrujados, velhos, apodrecidos, os barcos enferrujados e que passavam as terdes no cais da desgraça, hoje, hoje também são doutores, ouvia-o
desculpa?
- quantas horas tens de mar? ouvia-o,
desculpa?, muitos dias, noites e marés, não falando nas noites de descanso vividas em longínquas coxas de oiro, e púbis de cetim, desculpa?, ouvia-o
- estás licenciado, por equivalência és doutor, também
e pela primeira vez na vida o miúdo percebeu o que era o amor, a paixão, Lisboa à noite, e apetece-me recordar e escrever (Lisboa há noite), ninguém sobrevive ao medo das calçadas que terminam no rio, ouvia-o, faz-te de homem porque lá fora, da rua, os animais perdidos na cidade inventada pelos silêncios heterossexuais das navalhas de prata, coisas pouco belas, algumas até, outras não, e eu inventava-me de homem, comprei um fato e uma gravata, e sapatos pontiagudos, estás lindo
- perfeito meu querido, perfeito,
e eu tal como os barcos, também doutor, por equivalência,
- a carta de marinheiro,
e Setembro foi sempre um barco que regressava de longe, um miúdo que descobria o amor, dois corações de vidro loucamente entrelaçados como se fossem dois fios de arame, os calções desciam, desciam, desciam pelas escadas transversais da colmeia, e um paspalho qualquer aos gritos
- Lisboa, Lisboa, Lisboa,
Vivia numa caixa de sapatos tamanho trinta e cinco, com seis anos vi e calcei o meu primeiro par de botas, ouvia o meu pai
Temos de compra umas botas ao rapaz,
Questionava-me, perguntava-me,
O que são botas?
Começava o frio e eu estava habituado aos calções e às sandálias de couro, não tínhamos nada, ou pior, tínhamos tudo aquilo que muitos não tinham, mas como diz o OUTRO
AGUENTAMOS, ENTÃO NÃO AGUENTAMOS? Claro que aguentamos e felizmente estamos os três vivos e de boa saúde, eu sabia-o como sabia que seria difícil andar com umas botas pesadíssimas e depois de as descalçar os meus pequeninos pés pareciam pedaços de tecido, escuro, com bolinhas escuras, e eu pensava
Deve ser das noites de Inverno, pensava eu e hoje digo-o
E pensava muito bem, pois o Inverno realmente enrija-nos os ossos e alguns de nós ficamos mais espertos, outros, como eu, mais aparvalhado, e ainda outros, coitados dos outros
Moribundos como as geadas de Janeiro, passamos o Natal no interior da penumbra branca, esguia, solidamente como a neve suspensa na grade enferrujada da varanda com vista para a Praça, acordei cedo, corri desassossegadamente para a inventada chaminé e dava-me conta que nada existia dentro da bota que tinha deixado ficar sobre o fogão como sempre o tinha feito em Luanda (não como uma bota mas com um sapato), pensei
De certeza a causa mais provável é a pesadíssima bota, depois imaginei um senhor vestido de vermelho com barbas brancas, um pouco barrigudo, olhei para a inventada chaminé e nenhuma dificuldade encontrei para o dito senhor não me ter deixado alguma coisa, enfureci-me e mentalmente insultei-o, e chamei-lhe todos os nomes possíveis e imaginários, comecei e, Boi e terminei em filho da puta, até que um dos meus irmãos mais velhos me explicou
Não vês rapaz que ele ainda não tem a tua nova direcção, e confesso que não percebi, Direcção, que direcção? O que é uma direcção? E ele explicava-me pacientemente que era a minha nova morada e eu a chorar perguntava-lhe Porquê, Porque viemos, e se fosse hoje ele talvez me dissesse que o meu nome não constava da base de dados, mas eu estava ontem, e ontem eu só tinha uma folha de papel selado com vinte e cinco linhas, mas
Vou entregá-la a quem? Ontem não se podia reclamar de nada, como ia eu queixar-me do homem vestido de vermelho com barbas brancas e algo de barrigudo? Não podia,
Mas como diz o OUTRO
AGUENTAMOS, ENTÃO NÃO AGUENTAMOS?
Eu e os meus pais e os meus irmãos mais velhos e os nossos vizinhos e os vizinhos dos vizinhos,
Todos
Aguentamos e estamos vivos e de boa saúde.
Sem muros, a seara livremente em movimento, a seara alegremente voando como os teus doces dedos quando se entranham no meu branco cabelo, e algumas das minhas folhas, ainda por escrever... vão-se alicerçando nos braços da madrugada, venho de ti chorando porque percebi que as cadeiras da vida, algumas, não muitas, estão a morrer, primeiro o maldito bicho, depois... depois... a maldita morte, e depois, bom, depois a tua aspereza dos violinos em flor, havia sons que mal distinguíamos nos soníferas luzes da noite, e o castanho corpo teu... amaldiçoado pelo cansaço
Tomba,
O musseque engorda,
A sanzala incha como pequenos frascos em vidro quando miúdo colocávamos grilos e outros bichos, nãos os que matam as cadeiras da vida, estes, estes apenas nos roubam os sonhos, roubavam, porque hoje, nem bichos, nem sonhos, nem... nem o teu corpo castanho,
Tomba,
Entre os charcos acabados de preencher como o impresso de candidatura com o respectivo currículo, depois de entregue
Lixo,
Depois de entregue
Nem para limpar o cu serve,
Brancooo é papel e só serve para limpar o cu”, gritavam elas,
E a sanzala inchava, crescia, multiplicava-se,
Lixo,
Sem muros, como vértices de areia engolidos por sexos baratos, regressava da feira da Ladra apenas com as cuecas e pouco mais, a vida de difícil passou a horrível,
E a diferença
Está no número, de autocarro é um, de eléctrico... talvez seja outro, mas todos vão dar ao mesmo, e todos me levavam de regresso, entrava em casa, subia as escadas tão devagar que nem as ratazanas davam pela minha presença, mas ela
Isto são horas de chegares?
E eu perguntava-me se existem horas certas para regressar a casa, mesmo apenas em cuecas, se existem horas certas para as refeições...
Horas, tem horas?
Não, não as tenho, sou alérgico,
Mas ela entre perguntas e respostas, entre o vai e o vou, fui e nunca mais voltei à sanzala, cansei-me das viagens nocturnas pelas avenidas transatlânticas com bancos em madeira e pássaros de pedaços papel, fartei-me da cubata apenas só com uma porta de entrada, e juro
Detesto,
Juro que me irrita entrar e sair sempre pelo mesmo sítio, parece de loucos, e de loucos, juro, preferia entrar pela porta e sair pela janela, mas a cabra da cubata nem janelas tem, nem cortinados tem, nem tecto onde suspender um par de calças
Tem?
Não, não tem não,
E entro em casa de cuecas na mão, ela
De onde vens tu?
Venho da lua, venho do mar, venho de onde não te interessa,
Adeus,
Era Domingo, acordei cedo, sem muros, a seara livremente em movimento, a seara alegremente voando como os teus doces dedos quando se entranham no meu branco cabelo, e algumas das minhas folhas, ainda por escrever... vão-se alicerçando nos braços da madrugada, venho de ti chorando porque percebi que as cadeiras da vida, algumas, não muitas, estão a morrer, primeiro o maldito bicho, depois... depois... a maldita morte, e depois, bom, depois a tua aspereza dos violinos em flor, havia sons que mal distinguíamos nos soníferas luzes da noite, e o castanho corpo teu... amaldiçoado pelo cansaço
Tomba,
E O musseque engorda...
A caixinha envidraçada, suspensa na madrugada, sentia-se o silêncio no espelho da mágoa, havia entre nós o sentimento de que nunca mais regressávamos, partíamos..., e
Sentia-me escuro, desabafava com o meu pai, e ele, não tenhas medo, não, meu filho,
Dentro da caixinha trazíamos pedacinhos de saudade, poucos tarecos e amanheceres de nada, partíamos para o desconhecido, partíamos sem sabermos o que nos esperava, lá longe, ma Metrópole,
Pai? Sim filho, o que é... essa coisa de..., Metrópole, meu filho? Sim, sim pai, é a nossa terra, responde-me ele secamente, não percebi, pois sempre ouvi (com todas as letras) dizer que a minha terra era Angola, não...
Não essa Metrópole, não essa coisa de..., deixa lá pai, não faz mal, depois explicas-me, e cresci, e vivi, ou melhor, fui vivendo sem perceber o significado de Metrópole, esta angústia, este desassossego...
Pai? Sim meu filho...! Será esta a nossa última viagem? Não sei, não sei... não sei meu filho...


Francisco Luís Fontinha
Alijó