Esta tenaz vagarosa
mergulhada nas minhas palavras,
da lareira do
silêncio, oiço as moléculas transparentes do amor,
sufocam-me,
alimentam-se do meu cansaço,
o cansaço de
escrever,
o cansaço das
palavras,
A lanterna do teu
olhar, cega-me, transforma os meus olhos em pedaços de papel,
e nele... escrevo as
palavras que ninguém... que ninguém lê...
Não sou capaz de
desistir,
partir para outros
Oceanos, mais calmos, tranquilos... como os teus braços,
há sempre um
espelho que transporta o meu rosto para o futuro...
envelheço, e
sento-me num abandonado banco de jardim com uma concertina na mão,
e dela sinto em mim
as recordações das tempestades voluptuosas...
Não há um fim,
apenas o passar de uma parede negra... para uma outra, a curta
distância...
uma parede castanha,
alvenaria com cicatrizes comestíveis,
flores,
tenho as flores que
sobejaram do jardim ardido na lareira do silêncio...
e deixei de ter o
pavimento térreo que me acompanhava nas horas indolores do meu
pulso,
A lanterna do teu
olhar, cega-me, transforma os meus olhos em pedaços de papel,
e nele... escrevo as
palavras que ninguém... que ninguém lê...
E ninguém quer...
Esta tenaz vestida
de forca,
embrulhada numa
túnica branca,
há uma porta dos
fundo que me serve de escapatória...
um ponto de fuga, um
simples ponto triste, um ponto tridimensional esquecido na solidão,
e ninguém quer...
Que... que a
clarabóia das lágrimas ressuscite da montanha!
Francisco Luís
Fontinha – Alijó
Terça-feira, 8 de
Julho de 2014