(…)
Nunca
soube o que era o amor, acreditava nas gaivotas em papel da minha infância,
recordo o triciclo enferrujado, o boneco estúpido que apelidei de “chapelhudo”
..., que parvalhão apelidava o seu fiel amigo de “chapelhudo”, eu, claro,
As
palavras misturadas entre orgasmos e flores, gemidos cirílicos suspensos nas
andorinhas em flor,
Eu?
Nunca,
O
amor,
Poemas
escritos debaixo da embriaguez
Freguês?
Nem
uma modinha habita na minha algibeira, e o amor sossegado debaixo de uma
mangueira, crescia, brincava e...
Nunca,
E
embrulhava-se na timidez de um novo dia, e lentamente, os meus ossos
alimentados pelos sulcos solitários da noite, a barriga crescia-lhe, é menino?
Menina?
Freguês?
Eu,
simulador de voo quando as estrelas dormem, e habita na minha algibeira uma
película fina de desejo,
O
que é o desejo...!
Não
Nunca
soube o que era o amor,
Não
pai, não pode ser,
A
vida é viver, um dia, dois dias, um quarto de dia..., percebes?
VIVER...
E
amar?
(…)
Francisco Luís Fontinha