domingo, março 09, 2025
quarta-feira, janeiro 03, 2024
terça-feira, janeiro 02, 2024
O poeta em Paris
Levita na gravidade de
sentir
O poeta dependurado
quando um fio de silêncio corta a cabeça do sono,
O sono faz bem, a insónia
certamente fará melhor,
Comparado com o dia,
Que é tédio, que é
drageia para o apetite…
E quase nada come, o
poeta,
Quase,
Porque o poeta em Paris,
Foi feliz,
Quando nos seus olhos se
alicerçou o sorriso do Louvre.
Ai o Louvre.
Ai a Torre Eiffel,
O Arco…
Trouxe livros de lá,
caderninhos onde agora escreve palavrinhas, números, coisas de encantar as
crianças, contas de merceeiro,
E o poeta foi tão feliz,
em Paris,
Tão feliz como o é a
cidade Luz…
Paris à noite, enquanto
um autocarro descapotável se escondia em cada rua de desejo…
De pertencer à cidade.
Em cada esquina, um
artista, um poeta, um músico…
Este poeta,
Em cada esquina uma
palavra proibida, uma palavra disparada contra o Sena, e o cheiro do Sena, meu
Deus…
E os barcos, meu Deus; e
as pontes e os alimentos da alma.
E a lua estava tão linda.
Certamente irá um dia, o
poeta, novamente a Paris…
Certamente,
Um dia,
Dia.
02/01/2024
sexta-feira, janeiro 01, 2021
A voz melódica da manhã
(Dois mil e quinze, foi
uma merda; dois mil de dezanove, foi uma merda e, dois mil e vinte, contra tudo
e todos, foi maravilhoso).
A alvorada voz da manhã,
Quando a terra se encosta
ao Douro e, descansa.
Descansa a alma,
Descansa a mão inanimada
da esperança,
Descansa o menino,
Descansa,
Descansa a criança.
Descansa o raio que o
parta,
Quando subo à montanha e,
Uma fotografia, que
descansa,
Descansa a vida malvada.
Ai, menino,
As suas mãos são de oiro,
São castanhas, são
cinzentas manhãs em Paris,
Descansa,
Descansa corpo santo,
À voz de quem o diz.
São palavras,
São desenhos,
Descansa mão do artista…
Descansa, descansa mundo,
Na voz melódica da manhã,
Que descansa sem se ver,
Descansam as palavras,
Descansam todos os
versos;
Descansa sua beleza,
Nos cadernos de escrever.
Francisco Luís Fontinha,
01/01/2021