Não te mexas,
deixa poisar o
Cometa Amar na Sombra do teu olhar,
não grites,
mantém-te imóvel
nos lábios do entardecer,
não fales, não...
não grites,
geme no salivar
nocturno que acolhe o luar,
não te mexas, por
favor!
Silencia-me como se
eu fosse apenas e só o teu livrinho de cabeceira,
a tua almofada
recheada com seios de verniz...
o espelho do teu
quarto, onde dormes, sonhas... e... e brincas...
como uma menina
mimada,
escondida na
madrugada,
Não te mexas,
fala-me, ouves-me?
Não te mexas,
acaricia o cansaço
dos meus abraços com o teu cabelo de cetim,
não grites,
por favor... não
sejas assim...
Assim, como?
Assim... menina
mimada,
menina com sabor a
Musseque,
menina... menina
bronzeada,
Não,
não te mexas,
escreve no meu peito
de xisto tudo aquilo que te apetece fazer,
sei lá eu...
também não o sei,
meu Amor, mas não te esqueças de nada,
escreve tudo,
escreve...
mas... mas não te
mexas,
escreve em mim,
desenha em mim,
o mar,
o pôr-do-sol, ou...
ou a saudade,
o poema mais belos
da montanha do desejo,
escreve, não te
mexas, escreve... escreve beijo,
(Assim, como?
Assim... menina
mimada,
menina com sabor a
Musseque,
menina... menina
bronzeada).
Francisco Luís
Fontinha – Alijó
Terça-feira, 22 de
Julho de 2014