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terça-feira, 29 de novembro de 2022

Madrugada


 

Em cada pedacinho de mel,

Há uma abelha que sofre,

Uma abelha que chora…

Que ama,

 

Em cada pedacinho de mel,

Há uma abelha que sonha,

E transporta na mão

Um triste poema.

 

Em cada pedacinho de mel,

 

Uma palavra; madrugada.

 

 

 

Alijó, 29/11/2022

Francisco Luís Fontinha

domingo, 6 de novembro de 2022

Este mar com janela

 Desse mel que escondes nos lábios

Nesse mar que aprisionas na tua mão

Desse pedacinho de silêncio

Que são os teus olhos

Desse mel minha prometida abelha

 

Nesse mar de janela embriagada

Este poema

Esta jangada

Neste mar que me alimenta

O regresso da noite desejada

 

 

 

Alijó, 06/11/2022

Francisco Luís Fontinha

segunda-feira, 21 de julho de 2014

Inventa-me


Inventa-me,
desenha no meu corpo as línguas de fogo que os teus lábios libertam,
escreve-me, escreve em mim as palavras proibidas, as palavras falseadas,
invade-me,
faz de mim uma equação trigonométrica,
soma-me, divide-me… e multiplica-me,
mas… inventa-me,
no pecado mais secreto do teu olhar,

Inventa-me,
no silêncio das madrugadas,
inventa-me no espelho onde escondes o teu rosto…
quando poisa a noite sobre ti,

Inventa-me nas catacumbas da insónia,
faz de mim a sombra mais bela do amanhecer,
inventa-me,
como flor,
como abelha…
inventa-me e acolhe-me na tua colmeia,
que eu seja o mel dos teus sonhos,
que eu seja… a tua invenção,

Inventa-me,
faz de mim pássaro, barco… ou… ou avião,
não tenhas medo de me inventar,
não, não tenhas medo de me amar,
inventando-me,
escrevendo em mim os números primos, ímpares… ou… ou pares,
inventa-me,
inventa-me sem chorares!


Francisco Luís Fontinha – Alijó
Segunda-feira, 21 de Julho de 2014