Sinto-te
nesta casa fria e escura.
Neste
casebre abandonado,
Sinto-te
nas paredes cansadas desta espelunca,
Na
sombra de um qualquer coitado; eu.
Sinto-te
em perfeita brancura,
Das
palavras que escrevo e pronuncio…
Que
nunca,
Vou
desenhar uma gaivota em cio.
Sinto-te
como se fosses uma pomba.
Sinto-te
como se fosses uma bomba,
Esquecida
no mar,
Esquecida
de rebentar.
Sinto-te
e não te vejo.
Pareces
invisível neste labirinto.
Pareço
o Tejo.
Voando
baixinho, quando não minto.
Sinto.
Sinto
tudo isto enquanto não consigo adormecer.
Sinto
a calçada chorar.
Sinto
o meu corpo sofrer…
Com
medo de morrer.
Com
medo de acordar.
Francisco
Luís Fontinha – Alijó
02/12/2019