Mostrar mensagens com a etiqueta adormecer. Mostrar todas as mensagens
Mostrar mensagens com a etiqueta adormecer. Mostrar todas as mensagens

segunda-feira, 2 de dezembro de 2019

A casa


Sinto-te nesta casa fria e escura.

Neste casebre abandonado,

Sinto-te nas paredes cansadas desta espelunca,

Na sombra de um qualquer coitado; eu.

Sinto-te em perfeita brancura,

Das palavras que escrevo e pronuncio…

Que nunca,

Vou desenhar uma gaivota em cio.

 

Sinto-te como se fosses uma pomba.

Sinto-te como se fosses uma bomba,

Esquecida no mar,

Esquecida de rebentar.

 

Sinto-te e não te vejo.

Pareces invisível neste labirinto.

Pareço o Tejo.

Voando baixinho, quando não minto.

 

Sinto.

Sinto tudo isto enquanto não consigo adormecer.

Sinto a calçada chorar.

Sinto o meu corpo sofrer…

Com medo de morrer.

Com medo de acordar.

 

 

 

Francisco Luís Fontinha – Alijó

02/12/2019

domingo, 17 de junho de 2018

Arte


A arte do ser,

Quando acorda na noite o prazer,

De ler,

E chovem estrelas de adormecer…

No teu corpo de sofrer.

 

 

Francisco Luís Fontinha

Alijó, 17 de Junho de 2018

segunda-feira, 26 de maio de 2014

marinheiro naufragado


acordar sobre o titânio amanhecer
pegar nas tuas mãos de andorinha selvagem
agarrar o mar
se possível
esconder o mar na tua algibeira de cartão

sentir os teus braços no rio que corre dentro de mim
acariciar todas as rosas das tuas pálpebras de marinheiro naufragado
descansar sobre o teu peito
beijar-te
simplesmente beijar-te... gaivota adormecer.


Francisco Luís Fontinha – Alijó
Segunda-feira, 26 de Maio de 2014