Todas
as coisas belas
Dormem
no meu peito
Sinto
o abismo do silêncio na alvorada manhã
O
teu corpo voa
O
infinito
Das
pálpebras apaixonadas pelo cansaço
Os
sonhos imperfeitos
O
cadeado da insónia submerso na seara adormecida
Hoje
O
teu corpo
Voa
Como
voam todos os cadáveres da paixão,
Sinto
nos meus dedos os narcisos das palavras desassossegadas
E
sei que durante a noite
Uma
flor nasce
No
teu olhar
No
jardim da tua boca
Todas
as coisas belas
Fogem
Ou
morrem
Mas
as imagens permanecem intactas
Ossos
Poeira
sobrevoando as aldeias solitárias
Ou
morrem,
E
fogem
Como
pássaros embainhados nos cofres do amor…
Caminho
no Oceano
Procurando
barcos
E
âncoras de espuma
Telas
embalsamadas
Nas
paredes do medo
E
fogem
E
morrem
As
andorinhas
E
os candeeiros da cidade
Do
exílio entre sombras e sombras…
Francisco
Luís Fontinha – Alijó
Terça-feira,
24 de Março de 2015