Não
me lembro, meu filho..., não me lembro..., a vida era complicada,
não tínhamos dinheiro para nada
Nada,
pai?
Nada,
meu filho, os dardos da pobreza alicerçavam-se aos nossos braços,
regressava o beijo, e
António?
Sim,
meu querido!
Os
bisontes da memória, corridas loucas nos corredores do sonho,
A
ressaca...
Meu
filho, porquê?
A
ressaca espancada pelo corpo em delírio, os arrepios, a diarreia,
não
Não?
Não
pai, não aguento mais esta vida de marinheiro, sem barco, sem cais
para aportar, ah... as cordas
Cordas?
Claro,
como pensas aprisionar o barco dos teus sonhos...
Em
liberdade, em liberdade... meu pai...
(ficção)
Francisco
Luís Fontinha – Alijó
Segunda-feira,
23 de Março de 2015
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