Este sítio
encalhado nos muros da solidão
que acorda dentro de
mim
todos os dias
e dorme
comigo
todas as noites
este sítio
embarcado
como sinfonias
voando numa seara negra
junto à eira
olhando o silêncio
luar
do corpo as
desassossegadas imagens
entre parênteses
curvos
rectos
uniformes
disformes
molhados
às vezes
outras
sangrando lágrimas
de nada
e tudo
ou...
o amor envenenado
pelas ervas daninhas
ou...
imaginando flores em
papel aprisionadas numa esquina
da cidade
a abarrotar de
sombras
e sombras
e tudo
e nada
como as simples
fotografias do prazer
na cama
sentado
ouvindo o pulsar do
mar
brincando no
corredor da saudade...
o carrossel infinito
da infância.
Francisco Luís
Fontinha – Alijó
Quarta-feira, 11 de
Março de 2015