Em farrapos
as palavras
desenhadas no teu corpo
entranham-se na tua
pele
os cubos e os
círculos do desejo
tens no olhar o
espelho da saudade
saudade de...
em farrapos
as palavras
e a cidade
que morrem na
clandestinidade
as ruas dormem
docemente nas tuas pálpebras cinzentas
como pássaros
embriagados pela madrugada
não oiço o sino da
Igreja
porque o teu sorriso
deixa-me surdo
cego...
sem... sem
palavras... cansado
em farrapos
de ninguém
ao acordar
o pequeno-almoço
dispensa-me
fui despedido pela
boca do sono
e alimento-me de
cigarros
e palavras... em
farrapos... a arder...
as migalhas
inventadas por um livro de poesia
o livro de poesia
poisa sobre a secretária
e o teu corpo nos
meus braços
baloiça
dança
e sinto
a Primavera e a
esperança
e a esperança
esperança...
esperança...
nos lábios das
andorinhas
em flor... em cio...
antes de partir o dia.
Francisco Luís
Fontinha – Alijó
Terça-feira, 10 de
Março de 2015
Sem comentários:
Enviar um comentário