Amanhã,
cor-de-rosa, húmidas canções de Primavera nas ilhargas do
silêncio, habito, tu habitas e ele apaixonado, pelos pássaros, hoje
As
primeiras andorinhas, falei com elas, conversamos sobre poesia
Acreditas,
meu amor?
Poesia...
Hoje
centenas de iões dentro de um quarto escuro, sem janelas, sem porta
Cadeia?
A
cárcere, da palavra, sem porta, sem... vida, mesmo assim sou feliz
naquele local, chamar-lhe-ás... cemitério, jazigo, mas não, meu
amor, a cárcere da palavra, como?
A
cárcere, da palavra, ou, A cárcere da palavra?
Narcisos,
viajantes bagagem, imponderáveis poetas, nos beijos, nas bocas
sideradas pela saliva, em pequeno, ele, imaginava a escola um grande
navio, o porão
Tão
fundo, mãe,
Meu
amor, as palavras cinza das minhas mãos, ter-te e não te ter, nos
meus braços, as imagens a preto-e-branco dos teus olhos, existes?
Tão
fundo, mãe...
A
paixão e o amor, o centeio correndo em redor do pôr-do-sol, e ele
Coitado,
imaginar uma escola um grande barco...
Louco,
e ele, mãe, dizia-me que os sonhos são desenhos de um qualquer
pintor em desespero, a renda de casa, luz, pouco mais do que isso
Pobres
homens e mulheres...!
Tão
fundo, mãe... a paixão e o amor, o centeio correndo em redor do
pôr-do-sol, e ele... e ele embrulhado em sonhos, sonhos, mãe...
(ficção)
Francisco
Luís Fontinha – Alijó
Segunda-feira,
9 de Março de 2015
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