Sou o carrasco adeus
da sonolência
saudade
tenho nas mãos o
papiro
e no olhar
uma espada invisível
não percebo porque
choram as acácias
e os plátanos da
minha terra
não percebo porque
gritam os rochedos
que se alicerçaram
aos meus braços...
se eu sou frágil
se eu... se eu sou
um simples fio de luz
embrulhado numa
lápide sombreada,
sou o carrasco adeus
da sonolência
saudade,
sou o presente
envenenado
que deambula pela
cidade
sento-me junto ao
rio
e imagino barcos em
papel
que não regressam
mais...
quem parte
quase sempre não
regressa...
como os comboios de
areia
esquecidos no mar
sou o carrasco adeus
da sonolência
saudade
… sou a madrugada
antes de acordar.
Francisco Luís
Fontinha – Alijó
Sábado, 13 de
Dezembro de 2014