As manhãs são límpidas tristezas
Que só o vento consegue
abraçar,
Parar no semáforo e olhar a rosa mais bela
Do jardim
de transeuntes em movimento,
Tem no sorriso a bandeira da paixão
E
nos lábios…
A doçura inseminada das palavras,
Do
vermelho…
O verde verdade
Da esperança…
As manhãs são
límpidas tristezas
Que vergam o frágil esqueleto da cidade,
Não tenho tempo para desenhar
A saudade na mão de quem me
espera,
Não tenho vontade de abrir a janela
Deste quatro latas
cansado,
As manhãs são límpidas tristezas
Que só o vento
consegue abraçar,
São rosas transeuntes suspensas no mar…
São
palavras ignoradas,
Sombras deitadas na estrada,
As manhãs
São…
límpidas tristezas
Sem tempo para amar…
Francisco Luís Fontinha – Alijó
Terça-feira, 9 de Dezembro
de 2014