As palavras, meu amor,
São sonhos infinitos do
meu jardim,
São lágrimas,
São sombras,
Nas palavras, o teu
beijo,
Das palavras, sorrisos de
mim.
Ai estas palavras, as que
escondo e não te escrevo,
As palavras em segredo,
Quando na montanha, essas
palavras,
Gritam com medo.
Há palavras azuis,
Palavras transparentes,
Há palavras embrulhadas
no vento,
Palavras simples,
Honestas, palavras com sofrimento.
As palavras, meu amor,
São rosas em papel,
São luar,
São abstractos abraços,
São a preia-mar.
As palavras, meu amor,
São dardos envenenados
pelo silêncio,
Que no peito, das
palavras,
Incendeiam os teus olhos.
As palavras, estas,
São cartas entre palavras,
São canção,
Jangadas,
São as palavras, todas,
Nas palavras rejeitadas.
Francisco Luís Fontinha –
Alijó, 19/09/2020