Dos olhos cansados,
O velhinho poema
esquecido na tua boca.
Traz as amargas palavras,
Este poeta dos olhos
cansados.
Quando regressa a noite,
Acorda o girassol envenenado
pelo desejo
E, o amor floresce na
alvorada.
O beijo evapora-se nos
teus seios,
As bocas famintas se
alicerçam na noite,
Quando o silêncio vai em
busca de uma jangada
E, sei que as tuas mãos
semeiam as minhas palavras
Na terra bloqueada pela
solidão.
Hoje, o poema é a verdadeira
razão de te amar,
Acariciar o teu cabelo
Como quem colhe as flores
do deserto.
Dos olhos cansados,
A clareira dorme no teu
peito,
Ama-a,
Como quem ama a vida.
Peço-lhe que me dê as
palavras que sobejaram dos alicerces nocturnos
Que abundam na cidade
perdida.
Hoje, não há poema que me
valha…
Porque o amor é fodido
E, a paixão,
Um simples rochedo de
carne.
Francisco Luís Fontinha, 03/09/2020
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