quinta-feira, 27 de agosto de 2020

Hoje, um dia de escrever

 

Hoje, triste dia de escrever,

Dia cansado de correr,

Neste Universo despenteado,

Longínquo Oceano de saudade,

Que o tempo não apaga.

Hoje, são palavras entre lágrimas de chorar,

E, canções de brincar,

Hoje, o menino dos calções, corre para o mar,

Senta-se na tua sombra,

E, recorda a espuma dos dias de Luanda.

Hoje, já não sei quem manda,

Se manda,

Se não manda,

Mas sei que hoje,

Todos aqueles que mandam,

Em mim, não,

Sou as palavras murmuradas, por ti, na noite chorada,

São palavras, minha querida, cartas a um filho…

Hoje, triste dia de escrever,

Dia cansado de correr,

Hoje, sanzala esquecida na tua mão,

Quando o Sol acorda sem resolução,

És canção…

És lágrima,

És mãe.

 

 

Francisco Luís Fontinha, 27/08/2020

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