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domingo, 12 de maio de 2019

A rosa,



São os dedos do poeta quando constrói o poema sobre a cidade.
São os lábios do poeta quando beija a madrugada.
É o perfume da noite quando o poeta dorme nas estrelas.
A rosa,
São os espinhos do poema,
As pétalas do poeta,
Quando o poema é incendiado pelo olhar da escuridão.
 
 
 
Francisco Luís Fontinha – Alijó
12/05/2019


terça-feira, 12 de agosto de 2014

Indígenas marés


Embrulhas-te no medo,
De amar…
… e de ser amada,
Mergulhas nas indígenas marés que habitam o teu corpo em desejo,
Passeias-te nos rios da saudade,
Como se existissem em ti neblinas prateadas,
Embrulhas-te e mergulhas,
Nos pássaros de papel que poisam nas árvores de brincar,
Ficcionas o jardim do beijo como se ele fosse um simples texto,
Um poema ainda não escrito,
E ambicionas veemente a mão do poeta…
Acariciando a tua pele de pergaminho silencioso,


Finges não ser desejada,
Como se o desejo fosse uma tempestade…
Ou… ou um suicídio premeditado,
Um homem suspenso nos teus lábios,
Procurando uma sanzala,
Ancorado aos teus braços de murmúrio angustiado,
Embrulhas-te no medo,
De amar…
… e de ser amada,
Vestes-te de madrugada embriagada,
Dançando nas nortadas dos sorrisos alienados,
E não percebes que dois corpos são um espelho convexo no olhar de uma rosa dourada!



Francisco Luís Fontinha – Alijó
Terça-feira, 12 de Agosto de 2014

terça-feira, 25 de fevereiro de 2014

A rosa embalsamada


Sento-me nas esferas anacrónicas dos beijos de papel,
sinto o perfume cansado de uma rosa embalsamada,
ela dorme dentro de um poeirento livro,
e chora e sofre... e sonha,
sento-me e percebo que sou um pedestal sem mágoa,
um triste infeliz construindo barcos de esferovite,
sinto-me aprisionado aos tanques de marfim onde mergulhavam os meus bonecos de criança,
e sei que lá fora, quando cai a noite sobre o capim...
chora,
a cobra de quatro cabeças,
a longa esferográfica perdidamente apaixonada por mim...
que loucamente inventa palavras, círculos... e quadrados com olhos de insónia.


Francisco Luís Fontinha – Alijó
Terça-feira, 25 de Fevereiro de 2014

domingo, 8 de dezembro de 2013

cadáveres de cartão

foto de: A&M ART and Photos

a rosa assassina que dorme no silêncio do teu livro
come-lhe as palavras
inventa segredos
imagens
cores...
sorrisos que às vezes parecem tempestades
e paixões disfarçadas de cadáveres
que às vezes...
parecem... que às vezes parecem a rosa assassina
do teu livro
à tua mão
o meu beijo alicerçado aos teus espelhos de Verão


(não revisto)
@Francisco Luís Fontinha – Alijó
Domingo, 8 de Dezembro de 2013

domingo, 4 de agosto de 2013

Rosa Bravia imaginada por um poeta

foto de: A&M ART and Photos

Rosa bravia como castelos de areia envenenados pela chuva da madrugada
silêncios de nada quando das mãos sobejam as porcelanas poéticas lágrimas nocturnas
rosa bravia como tu quando acorda a noite e dás-te conta que ficaste sentada
sobre uma cadeira imaginária
tempos infinitos
tempos... tempos sisudos,

Dizias-me que eras tua e que vivias no meu jardim
tínhamos um lago invisível com peixes de brincar
tínhamos flores, muitas flores...
mas rosas, como tu, nenhuma, nenhuma no meu jardim
construído apenas para te acolher
e embrulhar-te num lençol de água doce,

Despias-te
e brincava com as tuas pétalas de vinil voando sobre as melancólicas avenidas
que uma cidade louca
(louco és tu, talvez o penses em baixinha voz)
que uma cidade louca inventava para nós
e ias à janela do Adeus e lembravas-te da saudade e dos amigos loucos poetas,

Rosa bravia tu
comestível e amarfanhada entre os dedos da paixão
aos sons melódicos da tua respiração
ouvia-te os sussurros de mim
atirando-me as palavras sisudas
que as abelhas em cio deixavam sobre a tua pauta poeirenta e adormecida pelo cansaço de ti...

(não revisto)
@Francisco Luís Fontinha – Alijó

segunda-feira, 24 de setembro de 2012

E chora agora docemente


Docemente apaixonada
a chuva que penteia os teus cabelos encharcados de amor
docemente
na voz que a tarde constrói as palavras que semeia
apaixonada
sem saber que dói
a distância infinita de um olhar
docemente apaixonada pelo sorriso da rosa
que voa sobre o mar
e chora
agora
docemente apaixonada

docemente encantada

e chora
agora

antes que acorde a madrugada.