Sento-me nas esferas anacrónicas dos
beijos de papel,
sinto o perfume cansado de uma rosa
embalsamada,
ela dorme dentro de um poeirento livro,
e chora e sofre... e sonha,
sento-me e percebo que sou um pedestal
sem mágoa,
um triste infeliz construindo barcos de
esferovite,
sinto-me aprisionado aos tanques de
marfim onde mergulhavam os meus bonecos de criança,
e sei que lá fora, quando cai a noite
sobre o capim...
chora,
a cobra de quatro cabeças,
a longa esferográfica perdidamente
apaixonada por mim...
que loucamente inventa palavras,
círculos... e quadrados com olhos de insónia.
Francisco Luís Fontinha – Alijó
Terça-feira, 25 de Fevereiro de 2014
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