Embrulhas-te no
medo,
De amar…
… e de ser amada,
Mergulhas nas
indígenas marés que habitam o teu corpo em desejo,
Passeias-te nos rios
da saudade,
Como se existissem
em ti neblinas prateadas,
Embrulhas-te e
mergulhas,
Nos pássaros de
papel que poisam nas árvores de brincar,
Ficcionas o jardim
do beijo como se ele fosse um simples texto,
Um poema ainda não
escrito,
E ambicionas
veemente a mão do poeta…
Acariciando a tua
pele de pergaminho silencioso,
Finges não ser
desejada,
Como se o desejo
fosse uma tempestade…
Ou… ou um suicídio
premeditado,
Um homem suspenso
nos teus lábios,
Procurando uma
sanzala,
Ancorado aos teus
braços de murmúrio angustiado,
Embrulhas-te no
medo,
De amar…
… e de ser amada,
Vestes-te de
madrugada embriagada,
Dançando nas
nortadas dos sorrisos alienados,
E não percebes que
dois corpos são um espelho convexo no olhar de uma rosa dourada!
Francisco Luís
Fontinha – Alijó
Terça-feira, 12 de
Agosto de 2014
Sem comentários:
Enviar um comentário