domingo, 4 de agosto de 2013

Rosa Bravia imaginada por um poeta

foto de: A&M ART and Photos

Rosa bravia como castelos de areia envenenados pela chuva da madrugada
silêncios de nada quando das mãos sobejam as porcelanas poéticas lágrimas nocturnas
rosa bravia como tu quando acorda a noite e dás-te conta que ficaste sentada
sobre uma cadeira imaginária
tempos infinitos
tempos... tempos sisudos,

Dizias-me que eras tua e que vivias no meu jardim
tínhamos um lago invisível com peixes de brincar
tínhamos flores, muitas flores...
mas rosas, como tu, nenhuma, nenhuma no meu jardim
construído apenas para te acolher
e embrulhar-te num lençol de água doce,

Despias-te
e brincava com as tuas pétalas de vinil voando sobre as melancólicas avenidas
que uma cidade louca
(louco és tu, talvez o penses em baixinha voz)
que uma cidade louca inventava para nós
e ias à janela do Adeus e lembravas-te da saudade e dos amigos loucos poetas,

Rosa bravia tu
comestível e amarfanhada entre os dedos da paixão
aos sons melódicos da tua respiração
ouvia-te os sussurros de mim
atirando-me as palavras sisudas
que as abelhas em cio deixavam sobre a tua pauta poeirenta e adormecida pelo cansaço de ti...

(não revisto)
@Francisco Luís Fontinha – Alijó

Sem comentários:

Enviar um comentário