(á
minha mãe)
Quando
regressa a tristeza,
Invento
o sono sonâmbulo da madrugada,
Estendo
a mão para o rio,
Ergo-me
sobre a montanha,
Quando
regressa a tristeza,
Desenho-te
na vidraça da minha triste janela…
Como
se fosses um pequenino pássaro
Em
busca de liberdade,
Como
se fosses a saudade
Da
tristeza anunciada,
E
caminho por esta estrada,
Só,
muito só…
Como
se fosses o sol
Das
tardes de Verão,
Quando
regressa a tristeza,
Invento
lágrimas de luar,
Como
se fosses uma árvore na alvorada
Com
estrelas em silêncio
Em
sombreado desenhar.
Quando
regressa a tristeza,
Escrevo-te
nesta pequena folha quadriculada…
Como
se fosses uma complexa equação
Numa
pedra sentada…
Sem
perceberes que a matemática é paixão,
É
beleza.
Quando
regressa a tristeza,
Abraço-me,
escondo-me neste quarto escuro,
Como
se eu fosse a tua sombra…
Como
se eu fosse a tua própria tristeza.
E
quando regressa a tristeza,
Puxo
de um cigarro…
À
espera que a tristeza morra.
Alijó,
14/09/2022
Francisco
Luís Fontinha