terça-feira, 13 de setembro de 2022

Somos saudade

 

Habitamos em corpos cansados,

Enquanto as flores,

Brincam e sorriem…

Enquanto os pássaros,

Dançam e voam sobre o mar.

 

Somos esqueletos desgovernados

Sob o silêncio da tempestade,

Somos corpos amontoados…

Somos saudade:

Habitamos em corpos cansados,

 

E parecemos as árvores

Quando o vento as tomba sobre a solidão.

Habitamos neste labirinto de cansaço,

Porque deixamos fugir a luz

Que nasce em cada olhar.

 

E em cada olhar,

Entre pedacinhos de mel,

Esconde-se o desejo

E revolta-se este rio doirado…

Habitamos em corpos cansados,

 

Que apenas um coração apaixonado

Consegue desenhar na alvorada…

Porque somos instantes,

Porque somos saudade…

Porque somos fotografias de corpos cansados.

 

 

Alijó, 13/09/2022

Francisco Luís Fontinha

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