Percebo
que nas cores dos meus desenhos
Habitam
os teus lábios madrugar,
Que
em cada palavra que escrevo
Há
um barco sem marinheiro,
Há
um marujo sem destino,
Percebo
que neste mar
Onde
habito,
Suicidam-se
algas
E
erguem-se as sonâmbulas sombras da insónia…
Percebo
que nas cores dos meus desenhos
Escondem-se
as paisagens da minha infância,
Com
gaivotas, com papagaios em papel…
Percebo
que estes desenhos
São
as cores da morte,
São
esqueletos em movimento,
São
a manhã em despedida.
Percebo
que estas cores
Transportam
a montanha aprisionada
Na
mão de uma criança,
Percebo
que nos teus lábios madrugar
Há
desenhos sem nome,
Há
rios que não correm para o mar,
Percebo
que nas cores dos meus desenhos
Há
um Deus cruel,
Um
Deus…
Alijó,
06/09/2022
Francisco
Luís Fontinha
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