África inventada
nas minhas veias
um rio infinito de
cheiros
sensações
sentidas lágrimas
esquecidas numa qualquer sombra
o capim em silêncio
o musseque dorme nos
braços do luar
gritam as almas dos
muros invisíveis
como uísque voando
sobre a planície dos sonhos
as gaivotas escritas
nos livros da saudade
as cavernas secretas
da paixão das pedras
em destaque
o orgasmo embriagado
na penumbra madrugada
ouvem-se as migalhas
do sofrimento
caindo no zinco
empobrecido
que só os homens
sabem construir...
as palavras de uma
espingarda disparada pelo poeta
corações de
chocolate em decadência
como princesas sem
nome
sem Pátria...
os barcos
comestíveis
nas mãos de uma
criança
e sem o perceber
ela
África
um rio infinito de
cheiros
sons
e beijos em lábios
de serpente.
Francisco Luís
Fontinha – Alijó
Sábado, 14 de Março
de 2015