Nascia,
afogava-se nos soluços da madrugada, lá fora, as palmeira da Baía,
os barcos abraçados às cancelas da solidão,
Pai?
Filho?
Solidão,
nascia, em cada minuto de esperança as cinco cintilações da
estátua de sombra, o sal, o pôr-do-sol perdido na claridade
inventada por Miguel
Narcisos
enganchados no desassossego, literalmente
Filho?
E
Miguel imaginava barcos na parede do quarto, alguns risco, palavras
desconexas, mortas, assassinadas pela loucura,
Filho?
Solidão,
pai...
O
que é?
Pois,
filho, olha um vez li um texto onde uma mulher era amada por três
poetas e um pintor, o pintor esquecia-se da flor, e a tela sempre
vazia, branca, dia
Solidão,
pai...
Dia
da Poesia Nacional, 14 de Janeiro, homenagem a AL Berto e aos seus
sonhos,
(Telegrama)
Odeia-me,
eu sei pai,
Mas...
a solidão, a morte, o camuflado desejo de Morrer
Miguel?
Sim,
pai... quero,
O
dia mais “fodido” da minha vida,
Ã
tua morte... e das abelhas decalcadas no xisto, a pele da beleza...
(ficção)
Francisco
Luís Fontinha – Alijó
Sexta-feira,
13 de Março de 2015
Sem comentários:
Enviar um comentário