No trajecto da
insónia
um ponto embrulhado
nas coordenadas do silêncio
percebe-se pelo
movimento lento
que a parábola
incendeia o pequeno quadrado
lá dentro o medo
viver ele
enquanto desenho na
ardósia tarde
o significado das
imagens nocturnas do prazer
o corpo é um
pesadelo sem porto onde aportar
viver ele
no mar
e cansa-se do
rasurado veneno que o vento semeou
a carta regressa
endereço
insuficiente
ausente
talvez morto
talvez contente...
no mar
o luar pincelado de
andorinhas marés
e ele
sempre ele
viver ele
e cansa-se
não o devia fazer
fugir
sem...
sem deixar um
bilhete sobre a secretária
ou
ou apenas um traço
no espelho embaciado da casa de banho
eu percebia
ausentou-se
foi-se
nunca mais voltará
aos livros...
nunca mais acordarão
as vozes das sílabas embriagadas
nos sonhos
da alvorada.
Francisco Luís
Fontinha – Alijó
Sexta-feira, 13 de
Março de 2015