Não
sei, António, não sei
Regressar,
porquê?
Hoje
acordei cedo, Margarida embrulhada nos lençóis do Pôr-do-Sol, e lá
longe
Cintilações
dos minguados beijos nos teus lábios, os seios de cera desenhados
nas eternas mesas-de-cabeceira
Louco,
ele?
E lá
longe, murmúrios e incorrigíveis uísques brincando dentro de um
livro, Margarida
Amor?
Amar...
Os
homens tinham regressado da faina, olhava-me um barco, tive medo,
confesso,
Eu
confesso
Tu
confessas
Ele
confessa,
E
confesso que fiquei perplexo, tão triste, tão triste como as flores
de Inverno,
A
faina, peixe... nenhum, nada, nada ao quadrado vezes seis a raiz
quadrada de mil noventos e sessenta e seis, o pequeno-almoço, as
torradas,
Para
niguém, devolvida
Endereço
desconhecido,
Ele
confessa,
Um
galão, escuro,
António?
Sim,
amor,
Hoje,
Hoje
o quê, meu amor?
Hoje
não vou escrever palavras de chocolate...
(ficção)
Francisco
Luís Fontinha – Alijó
Quinta-feira,
12 de Março de 2015
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